ou
se encolher no sofá
esperando
a noite chegar.
As estrelas estarão ausentes
enquanto os seus
olhos não voltarem a
a provar o
príncipio
ativo da noite.
Aquele
lugar que parecia o seu
já
não é mais que uma recordação adolescente.
Lá
não há mais nada pra ver
a
não ser os carros procurando rua pra andar
e rostos que não movem músculos
quando te veem
passando
desorientado
pelas calçadas.
As vozes não são
familiares
nem os cantos
convidativos –
nenhuma sensação
digna
de um minuto a
mais
de permanência.
O
fim do mundo passou
e
as árvores continuam sendo podadas.
As
flores parecem confusas
com
a mudança repentina
da
extensão e data
das
estações.
Mas
estamos vivos ainda
e você espreme seu coração
e alma
a fim de verter
mais um verso,
que parece o
último,
mas nunca será.
Os poemas jazem exaustos
de indiferença,
de tanta
melancolia,
de hesitação,
de medo.
Não há poesia
entre as quatro paredes desse cubículo suspenso
que sua covardia
adotou como lar.
Passou
o tempo em que você via fadas incandescentes
nas fagulhas das
fogueiras
feitas nas noites
frias de julho.
Seu
violão reclama,
sente sua falta.
Nenhum acorde é
capaz de traduzir sua necessidade de silêncio.
E
eu finjo que entendo, que me conformo, fico quieto. Não sei se ainda existe
alguma palavra pra te devolver a vontade
de visitar a vida,
de mergulhar
no milagre dos
dias.
Só te peço:
mantenha
os olhos e
ouvidos abertos,
pois enquanto as
noites derem lugar aos dias,
haverá símbolos
pra nos conduzirem
ao caminho
e à fórmula.
Ilustração: Diogo César, Mr Bread is confuse about the ways of his life
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